Trata-se de uma iniciativa que tem como objetivo apoiar o empreendedorismo, destinada principalmente a jovens entre 18 e 29 anos. Chama-se “Empreende Já” e as candidaturas podem ser feitas até dia 6 do próximo mês.
Este programa tem uma dotação de cinco milhões de euros e, nesta fase inicial, vai contar com 315 vagas. Os jovens que forem selecionados vão então receber mensalmente 700 euros para que possam desenvolver um projeto que poderá, no fim dos seis meses, ser apoiado a fundo perdido.
Os últimos números do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostravam que, em Portugal, 13 em cada 100 jovens até aos 34 anos não estudam nem trabalham – um problema que tem afetado vários países e que mereceu especial atenção do governo. Para combater o problema dos “nem-nem”, o governo criou um programa que dará a estes jovens 700 euros por mês.
De acordo com Carlos Manuel Pereira, do conselho diretivo do Instituto Português do Desporto e da Juventude, “na primeira ação, os jovens terão 250 horas de formação na área do empreendedorismo e aprenderão a realizar um plano de negócios. Na segunda parte, esse plano para negócios de cariz económico ou social será avaliado e serão selecionados 90 para terem um apoio de dez mil euros para avançar”.
Mas esta não será a única oportunidade que vai ser dada a estes jovens. Em 2018 haverá mais 315 vagas.
Números preocupam Nos últimos anos, a realidade portuguesa tem vindo a preocupar. Prova disso é o facto de, no ano passado, os dados do gabinete estatístico da União Europeia mostrarem um agravamento da realidade nacional. Em 2006, a percentagem de jovens entre os 20 e os 24 anos que não estavam a estudar nem a trabalhar era de 12,6%. Dez anos depois, esse valor já tinha subido para perto dos 20%, colocando Portugal entre o grupo de países onde a situação é mais preocupante.
Portugal esteve no grupo de 13 países europeus em que a taxa de jovens desocupados era menor. Mas a evolução negativa dos últimos dez anos atirou o país para o outro extremo da tabela, colocando a juventude portuguesa entre as que mais dificuldades tem para manter uma atividade académica e/ou profissional.
No caso português, a taxa de “nem-nem” tinha passado dos 12,6% para os 17,5% – uma evolução que se fez em ciclo contrário ao da maioria dos países, que conseguiram contrariar os maus resultados verificados há uma década. Sofia Martins Santos
Texto original em sol.Sapo.pt